Conexões ROOTS – Centro de Artes, Caldas da Rainha
Datas: 17 e 18 de maio, 2025
Local: Centro de Artes, Caldas da Rainha
Sinopse
Nos dias 17 e 18 de maio, Ricardo Lopes é convidado para falar sobre as suas viagens cerâmicas ao Japão, China e Índia, seguida de um workshop no Centro de Artes das Caldas da Rainha. Programação no âmbito da Residência Artística ROOTS 2024.
Programação
Grés, Porcelana e Terracota: Japão, China e Índia.
As viagens cerâmicas de um oleiro português no Oriente
com Ricardo Lopes
17 de maio 10h
Participação gratuita
Inscrições: Centro de Artes – Caldas da Rainha / 262 840 540 / centro.artes@mcr.pt
info
Entre 2008 e 2014, Ricardo Lopes fez residências artísticas em 3 países que constituem referências universais nas artes cerâmicas: Japão, China e Índia. Nessas viagens, descobriu aspectos fascinantes sobre as pastas, as técnicas de conformação, a cozedura e os rituais associados a cada cultura.
Refere o autor:
“Praticamente todas as culturas experimentaram e desenvolveram técnicas e saberes envolvendo a arte de modelar o barro. Num tempo menos globalizado, as pessoas envolvidas na Cerâmica dispunham apenas das matérias primas que existiam na zona onde viviam. Os chineses desenvolveram a Porcelana e um conhecimento empírico anterior ao resto do mundo porque os solos naquela zona do globo são naturalmente mais ricos em matérias primas de alta temperatura, tal como acontece no Japão, onde a força dos elementos idiossincráticos do arquipélago se expressou de forma singular na Cerâmica, especialmente com o Grés. Na Índia, existe também uma relação muito particular com a Cerâmica, influenciada directamente pela imensa mitologia das religiões politeístas mas também pela abundância de Terracota enquanto matéria prima barata para criar objectos funcionais do quotidiano.
Ou seja, todas as pastas cerâmicas têm o mesmo potencial para expressar a relação entre as populações, o ambiente, a necessidade e a imaginação. Penso que só percebemos integralmente o valor da nossa especificidade se tivermos a abertura, a humildade e a oportunidade de conhecer a singularidade das outras culturas, é nesse encontro que podemos verdadeiramente reconhecer a nossa identidade. Quando se tornam evidentes as características específicas de uma determinada cultura, reconhecemos nelas os traços de uma certa universalidade e são essas experiências que nos remetem para a capacidade intrínseca de fazermos reflectir o nosso contexto individual e colectivo”
Nesta conversa, dedicada a todos os ceramistas, professores, estudantes, apreciadores de Cerâmica e público em geral, falaremos das particularidades estéticas, técnicas e históricas que foi encontrando bem como da pesquisa e projectos desenvolvidos nas residências artísticas nestes três países.
Workshop Viagens Cerâmicas:
Grés, Porcelana e Barro Vermelho
com Ricardo Lopes
17 de maio das 14h às 17h
18 de maio das 10h às 13h e das 14h às 17h
Participação gratuita
Inscrições: Centro de Artes – Caldas da Rainha / 262 840 540 / centro.artes@mcr.pt
info
Sinopse: Partindo sobretudo do objecto Taça como fio condutor, pretende-se explorar as possibilidades estéticas e funcionais deste tema, utilizando três das principais técnicas de conformação em Cerâmica e três das principais pastas: o grés, a porcelana e o barro vermelho.
Objectivo: Desenvolver o olhar, apurar a sensibilidade táctil e experimentar fazendo, partindo da criação conduzida para a expressão livre de volumes e respectivos conteúdos, definidos tanto pelas formas como pela natureza singular de cada pasta e de cada participante.
Conteúdos programáticos: Técnicas de conformação: Modelação primitiva, Rolos e Roda de oleiro.
Técnicas de decoração: esgrafitado e fretes na roda
Metodologia: A apresentação e demonstração das técnicas obedecerá a uma sequência cronológica, de modo a aumentar progressivamente a complexidade e estimular o desafio. Pretende-se que os participantes tenham um contacto directo e intensivo com as 3 pastas e com as técnicas de conformação.
Na primeira parte, serão abordadas as técnicas mais antigas através da conformação simples de pequenos recipientes com a técnica da bola e do polegar e a técnica dos rolos.
Na segunda parte, abordaremos os passos básicos do trabalho na roda para explorar as possibilidades mais simples do processo. Quando o princípio básico de cada técnica estiver assimilado, a execução das peças será livre e apenas integrada num conjunto de considerações sobre as inúmeras possibilidades de (des)articulação entre a função e a estética.
Entre técnicas, faz-se um enquadramento histórico de modo a contextualizar o tema, observam-se e discutem-se exemplos e ouvem-se curiosidades sobre a História da Humanidade e o barro, a origem geológica das pastas, sua plasticidade e temperamento, a cozedura e os fenómenos inerentes.
Duração: 9 horas
Destinatários: 6 a 7 adultos com ou sem experiência em Cerâmica
Material: Barro vermelho, Grés e Porcelana, teques de acabamento e textura,3 rodas de oleiro, instrumentos de roda e outros materiais de apoio (recipientes, madeiras, taças).
Entre 2008 e 2014, Ricardo Lopes fez residências artísticas em 3 países que constituem referências universais nas artes cerâmicas: Japão, China e Índia. Nessas viagens, descobriu aspectos fascinantes sobre as pastas, as técnicas de conformação, a cozedura e os rituais associados a cada cultura.
Refere o autor:
“Praticamente todas as culturas experimentaram e desenvolveram técnicas e saberes envolvendo a arte de modelar o barro. Num tempo menos globalizado, as pessoas envolvidas na Cerâmica dispunham apenas das matérias primas que existiam na zona onde viviam. Os chineses desenvolveram a Porcelana e um conhecimento empírico anterior ao resto do mundo porque os solos naquela zona do globo são naturalmente mais ricos em matérias primas de alta temperatura, tal como acontece no Japão, onde a força dos elementos idiossincráticos do arquipélago se expressou de forma singular na Cerâmica, especialmente com o Grés. Na Índia, existe também uma relação muito particular com a Cerâmica, influenciada directamente pela imensa mitologia das religiões politeístas mas também pela abundância de Terracota enquanto matéria prima barata para criar objectos funcionais do quotidiano.
Ou seja, todas as pastas cerâmicas têm o mesmo potencial para expressar a relação entre as populações, o ambiente, a necessidade e a imaginação. Penso que só percebemos integralmente o valor da nossa especificidade se tivermos a abertura, a humildade e a oportunidade de conhecer a singularidade das outras culturas, é nesse encontro que podemos verdadeiramente reconhecer a nossa identidade. Quando se tornam evidentes as características específicas de uma determinada cultura, reconhecemos nelas os traços de uma certa universalidade e são essas experiências que nos remetem para a capacidade intrínseca de fazermos reflectir o nosso contexto individual e colectivo”
Nesta conversa, dedicada a todos os ceramistas, professores, estudantes, apreciadores de Cerâmica e público em geral, falaremos das particularidades estéticas, técnicas e históricas que foi encontrando bem como da pesquisa e projectos desenvolvidos nas residências artísticas nestes três países.